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Ações para guardar na memória


Esta é uma seção para compartilharmos um pouco do que aconteceu em cada um dos encontros do Curso Agente de Memória e Patrimônio, voltado para estudantes do primeiro e do segundo ano do ensino médio de escolas públicas e privadas de Ouro Preto e região.

Já que estamos estudando o passado para compreendermos o tempo atual, queremos usar este espaço para registrar nossas ações e compartilhá-las com a comunidade, para gerarmos um arquivo de memória.

Por meio do Programa Educativo BomSerá, estamos cumprindo nosso compromisso de ofertar restauros de casas históricas, dando inúmeras oportunidades formativas para pessoas da comunidade e região relacionadas ao ofício e aos saberes do restauro.

Acompanhe nossos encontros, compostos por aulas, oficinas criativas, experimentações, passeios e visitas técnicas, nesta seção!


1ª etapa: O que é Cultura - e o que temos a ver com isso?

Este é o primeiro módulo do Curso Agente de Memória e Patrimônio, dedicado a pensar o que é cultura e o que temos a ver com isso. Os convidados deste módulo trazem reflexões sobre cultura e patrimônio, problematizando nossa relação com os modos de guardar e preservar nossa memória. Vamos percorrer os sentidos de cultura, hábitos culturais, diversidade cultural, manifestações artísticas, conservação e restauro, narrativas históricas e direito à memória.

Encontro 1

com NêgaSid Du Veloso

Nossa primeira convidada foi a historiadora, pesquisadora, atriz, mobilizadora e produtora cultural Sidnea Santos (NêgaSid Du Veloso), que é graduada em História e em Artes Cênicas, pós-graduada em Cultura e Arte Barroca e mestranda do Programa de Pós-Graduação em História da UFOP.

A aula de Sidnea aconteceu no dia 20 de agosto e contou com um percurso sobre a história de Ouro Preto, os significados de patrimônio e também conceitos que tratam da preservação e memória. Os adolescentes foram provocados a pensar suas ações na cidade e as manifestações culturais que tornam Ouro Preto um patrimônio mundial. Além disso, tiveram a oportunidade de experimentar algumas iguarias da culinária local, como os doces de São Bartolomeu.

A professora trouxe também a perspectiva afrodiaspórica consolidada na região, a partir de pontos da cidade que são importantes para o reconhecimento da cultura negra e o enfrentamento do racismo. Além da experiência pessoal de vida, ela apontou para o sentido de comunidade como força de expressão patrimonial.

Acesse este conteúdo no Instagram do IA.

Fotos: Suttane Hoffmann



Encontro 2

com José Márcio Barros

O segundo convidado foi o professor José Márcio Barros, doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e coordenador do Observatório da Diversidade Cultural.

No dia 27 de agosto, ele nos trouxe reflexões como: o que é e qual a importância da diversidade cultural e por que precisamos da memória social para saber quem somos?

Junto às memórias trazidas pelos adolescentes, em forma de objetos, cartas e lembranças, ele fez com que a aula se tornasse emocionante! Entre conversas e partilhas, a turma foi incentivada a buscar ao redor do Arquivo do Museu da Inconfidência, nas casas de moradores, algumas histórias e memórias. A partir de uma breve entrevista e apresentação do projeto, os alunos voltaram para a sala de aula com um riquíssimo material sobre a identidade que se forma a partir do morar e da vivência cultural.

No nosso Instagram, acesse mais imagens desse encontro.

Fotos: Lucas de Godoy



Encontro 3

com Natiele Oliveira

A terceira convidada foi a professora Natiele Oliveira, mestre e doutora em História, atuante no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - IFMG campus Ouro Preto.

A aula de Natiele ocorreu no dia 3 de setembro e apresentou problematizações sobre a história a partir dos significados gerados pela comunidade. Para trazer reflexões mais próximas dos adolescentes, um passeio orientado foi feito pela Rua Alvarenga, no bairro Cabeças, a partir de monumentos como o Chafariz, a Igreja de Matozinhos e o Cruzeiro. Em cada monumento, uma análise histórica foi construída e foram trazidas dúvidas à tona para as reflexões.

Em seguida, para adentrar nas questões que envolviam memória e história no projeto BomSerá, o arquiteto responsável pelas obras nas três casas que estão sendo restauradas no âmbito desse projeto, Samuel D'Angelo, acompanhou o grupo de adolescente para conhecer a parte interna das moradias, discorrendo sobre os processos feitos em cada uma. As visitas contaram com o acompanhamento das famílias durante cada etapa e também surgiram relatos de curiosidades sobre as obras após dois meses de trabalho. Foi um passeio emotivo que trouxe grandes e novas histórias para todos os envolvidos!

Acompanhe nossas publicações no Instagram e veja mais do terceiro encontro com Natalie Oliveira.

Fotos: Suttane Hoffmann

2ª etapa: O que é registro – e por que devemos documentar o que queremos preservar?

Chegamos ao segundo módulo do curso Agente de Memória e Patrimônio. Denominado “O que é registro – e por que devemos documentar o que queremos preservar?”, envolve o estudo sobre documentação, arquivo e memória, bem como um aprofundamento com os processos de trabalho dos profissionais atuantes nas oficinas de restauro das casas BomSerá. Esta etapa conta com atividades práticas, em que o grupo experimenta exercícios de documentação em foto e audiovisual com profissionais da área, além de visitas técnicas e oficinas criativas.

Encontro 1

com Sérgley de Matos Neves e Danilo Antônio Borum-Kren

Para a abertura deste módulo, trouxemos Sérgley de Matos Neves e Danilo Antônio Borum-Kren. Sérgley, além de historiador, é técnico em conservação e conservador do Museu de Ciência e Técnica/EM/UFOP. Danilo é servidor público, fundador do movimento de ressurgência do povo Borum-Kren, cacique desse mesmo povo e especialista em técnicas que permeiam os modos de sobrevivência.

No dia 10 de setembro, os dois mostraram, a partir das leis no âmbito municipal, a existência de alguns instrumentos de proteção ao patrimônio, sendo um deles o registro, expondo formas utilizadas no acervo do Museu de Ciência e Técnica/EM/UFOP e de vestígios existentes fora do núcleo urbano principal, que certamente diferem da definição legal de registro utilizada pelos órgãos de proteção. Também apresentaram algo que é patrimônio imaterial de Ouro Preto, mas que ainda não possui reconhecimento de órgãos de proteção: a cultura dos indígenas locais. Com processos criativos sobre suas vivências, tais como os instrumentos utilizados no dia a dia e provocações em torno de sua cultura, foram realizadas oficinas de pintura corporal com o grafismo de origem Borum-Kren e um recorte histórico dos originários em Ouro Preto.

Confira alguns dos registros imagéticos do dia no perfil do Instagram do IA.

Fotos: Lucas de Godo



Encontro 2 e 3

com Ana Carolina Montalvão

Na sequência do segundo módulo do curso Agente de Memória e Patrimônio, “O que é registro – e por que devemos documentar o que queremos preservar?”, dois encontros, ocorridos nos dias 17 e 24 de setembro, envolveram o estudo sobre documentação, arquivo e memória, além de promoverem um aprofundamento em relação aos processos de trabalho dos profissionais atuantes nas oficinas de restauro das casas BomSerá.

As atividades teóricas e práticas foram registradas em fotografias que podem ser vistas no perfil do Instagram do IA.

A convidada para conduzir os estudos foi Ana Carolina Montalvão, doutoranda em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável. Ela atuou em dois momentos, visando completar o conhecimento sobre preservação patrimonial. O primeiro consistiu em uma exposição teórica sobre documentação fotográfica, contemplando ainda um bloco expositivo sobre inventário e catalogação. Na segunda parte, ocorreu uma dinâmica de reconhecimento e descrição de objetos, preenchimento de ficha de inventário e identificação de embalagens. Os adolescentes foram divididos em grupos para a ação com atividades práticas de reconhecimento dos materiais que compõem objetos e sua higienização.

Fotos: Suttane Hoffmann



Encontro 4

com Alex Calheiros

No encerramento do segundo módulo do curso Agente de Memória e Patrimônio, “O que é registro – e por que devemos documentar o que queremos preservar?”, tivemos a oportunidade de conhecer o Museu da Inconfidência, sediado na praça Tiradentes, em Ouro Preto. O objetivo era estudar documentação, arquivo e memória.

No dia 1º de outubro, Alex Calheiros, diretor do museu, nos recebeu no Anexo do Museu para mediar o passeio e contou sobre sua experiência e os desafios da gestão de acervos e museal. Alex nos conduziu pelas exposições, apresentando as coleções, suas potências e contradições, bem como as intervenções que pretende realizar em sua gestão. Durante o percurso, o grupo teve a oportunidade de fruir a mostra, conversar sobre os assuntos que surgiram durante a visita e fazer perguntas. Confira algumas imagens do passeio no perfil do Instagram do IA. Nosso agradecimento à Instituição e aos servidores pelo acolhimento!

Fotos: Lucas de Godoy

3ª etapa: Como contar uma história – e para quê?

Com o terceiro módulo do curso Agente de Memória e Patrimônio, denominado “Como contar uma história – e para quê?”, encerramos a formação. Neste ciclo, os estudantes aprendem técnicas de organização da informação, com foco na articulação de conteúdos de narrativas para posterior resgate de histórias de saberes e de experiência.

Encontro 1

com Carolina Ruoso e Ana Luiza Neves

Para este início, nossas convidadas foram a professora e pesquisadora da EBA/UFMG, Carolina Ruoso, doutora em história da arte, e também Ana Luiza Neves, doutoranda em museologia e professora da Escola Livre de Artes Arena da Cultura.

A oficina aconteceu no dia 8 de outubro com a intenção de sensibilizar os estudantes para as formas de se fazer curadoria; além disso, discutiu-se de que forma, por meio desse exercício, é possível abordar temáticas e criar narrativas em torno de temas que vêm sendo aventados ao longo do projeto BomSerá. A partir dos temas “morar'', “moradia” e “casa” e do acervo das casas em restauração e dos objetos arqueológicos encontrados nelas, pretendeu-se apontar caminhos possíveis para o diálogo entre patrimônio material – as casas e os objetos – e imaterial – as memórias que elas guardam.

Com o intuito de guardar cada instante na memória, arquivamos algumas imagens no perfil do Instagram do IA.

Fotos: Lucas de Godoy



Encontro 2

com Flaviana Lasan e Pompea Tavares

O segundo encontro, no dia 15 de outubro, foi mediado pela educadora e curadora Flaviana Lasan e pela gestora Pompea Tavares. O direcionamento adotado foi a continuação das questões que se relacionam com curadoria, leitura de obras e realização de fichas técnicas, a partir da observação de visitas a exposições realizadas durante o curso e do conhecimento de outras dinâmicas expográficas. Em consonância com a fala do fotógrafo Lucas de Godoy, sobre as fotografias feitas nas casas restauradas no projeto BomSerá, os estudantes foram provocados a pensar narrativas que descrevessem as imagens e refletissem as questões individuais e comuns aos processos de memória e construção de histórias.

O IA aproveitou para criar sua própria narrativa imagética e publicá-la em seu perfil do Instagram do IA.

Nesse mesmo encontro, os alunos perpassaram pela trajetória dos dois módulos anteriores para, condensando as experiências efetivadas e a partir de uma dinâmica coletiva, projetar os laços que o grupo criou.

Fotos: Suttane Hoffmann



Encontro 3

com Carolina Ruoso e Ana Luiza Neves

No dia 22 de outubro, o encerramento do curso Agente de Memória e Patrimônio foi cheio de encanto e afetos. As convidadas Carolina Ruoso e Ana Luiza Neves retornaram para finalizar as dinâmicas sobre curadoria. Houve leituras particulares que se encontraram com outras semelhantes, expondo assim narrativas mais consistentes, além de jogos que incluíram a curadoria caleidoscópica e proporcionaram uma troca de pensamentos. A partir da distribuição de estrofes poéticas e do paladar como substância de memórias, houve também agrupamentos que se encontraram nas escritas de Patativa do Assaré e Manoel de Barros, entre tantos outros autores. Para finalizar, os alunos foram convidados a receber a sempre-viva, flor do Cerrado conhecida por sua persistência na forma e nas cores e protegida nas serras brasileiras.

As atividades registradas em fotografias podem ser acessadas perfil do Instagram do IA.

Fotos: Suttane Hoffmann



O Projeto BomSerá foi idealizado pelo IA – Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto, conta com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio do Instituto Cultural Vale e é realizado pelo Ministério da Cultura do Governo Federal União e Reconstrução.